Bloco questiona Governo sobre exposição a riscos profissionais dos trabalhaores da imagiologia na ULSAM

Chegaram várias denúncias ao Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda dos trabalhadores de imagiologia da Unidade Local de Saúde do Alto Minho, por se encontrem expostos a sérias dificuldades, constrangimentos e riscos no exercício da sua atividade profissional. 

 

O Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda questionou o Governo, através dos deputados José Soeiro e Isabel Pires, sobre a situação vivida na ULSAM. 

O serviço de imagiologia é composto por mais de 20 trabalhadores que asseguram o funcionamento de dois Hospitais da USLAM, Hospital de Santa Luzia em Viana do Castelo e o Hospital do Conde de Bertiandos e um serviço de urgência básica. Contudo, estes trabalhadores não pertencem aos quadros da USLAM, mas a uma empresa que explora este serviço, a Lefifocus Healthcare Group. Estes trabalhadores estão na linha da frente no apoio ao Serviço Nacional de Saúde como tantos profissionais de saúde.

Chegaram várias denúncias ao Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda dos trabalhadores de imagiologia da Unidade Local de Saúde do Alto Minho (USLAM), por se encontrem expostos a sérias dificuldades, constrangimentos e riscos no exercício da sua atividade profissional.

Segundo a informação que nos chegou, os trabalhadores estão a enfrentar dificuldades acrescidas devido à escassez de material e ao facto do aprovisionamento não lhes fornecer o material adequado. Isto acontece apesar de estarem constantemente a realizar exames aos doentes com Covid-19. Os trabalhadores não tiveram qualquer tipo de formação, quando todos os outros serviços tiveram, não foram abrangidos pelo plano de contingência e nem pelos protocolos de ação.

Sucede ainda que, diariamente, são adaptados os planos de contingência, não só pelo aumento do número de casos suspeitos, mas também com vista a uma eficiente gestão do material de proteção/desinfeção existente. Assim, são feitas atualizações constantes sobre as normas de proteção individual e criação de áreas de isolamento para todos os funcionários que não contemplam os profissionais que laboram no serviço de imagiologia, que ficam à margem de tais medidas.

Os profissionais do serviço de imagiologia também não foram contemplados na formação obrigatória quanto à forma de desinfeção das áreas onde estão os doentes suspeitos/infetados pela COVID-19. Notam ainda desigualdade de tratamento pela medicina do trabalho aos profissionais do serviço de imagiologia, na avaliação e promoção mais célere da contenção do surto, nomeadamente pelos funcionários expostos. Essa ausência potencia que um trabalhador que deveria estar em quarentena continue no ativo com a possibilidade de contaminação inerente.

 

Os trabalhadores já enviaram uma carta à administração da ULSAM e também à empresa que explora o serviço há cerca de duas semanas e ainda não obtiveram quaisquer respostas.

O Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda quer saber se o Governo tem conhecimento da situação e se foram realizadas ações inspetivas por parte das entidades competentes. 

O Bloco questiona se pretende a tutela continuar a elaborar contratos de concessão com empresas outsourcing para a satisfação de necessidades prementes e permanentes do SNS.  Que consequências pretende retirar, no que respeita aos contratos de concessão, a confirmarem-se as denúncias em apreço.

Por último pretendemos saber que medidas vai o Governo tomar para resolver a situação.