Bloco reuniu com a associação de pescadores de Vila Praia de Âncora

A candidatura do Bloco de Esquerda, pelo círculo eleitoral de Viana do Castelo reuniu, na manhã de terça-feira, com a Associação de Pescadores Profissionais e Desportivos de Vila Praia de Âncora. 

A grande preocupação dos pescadores é a barra do porto mar de Vila Praia de Âncora que é uma das mais perigosas do país. Em resposta a uma pergunta efetuada, em novembro de 2020, pelo Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda, o ministério do mar assume que existe um erro colossal na configuração dos molhes do porto mar.  

No primeiro trimestre de 2021 foi anunciado pelo presidente da câmara municipal de Caminha uma obra de desassoreamento do porto de pesca de Vila Praia de Âncora, da responsabilidade da Polis Litoral Norte, um investimento de 1,6 milhões de euros. 

 A retirada das areias do porto teria duas finalidades: fazer o desassoreamento da barra e do porto de Vila Praia de Âncora, para permitir condições de navegabilidade por um período mínimo de três a quatro anos e fazer a intervenção para consolidar as dunas dos caldeirões.   

Se o segundo objetivo parece cumprido, o desassoreamento do porto ficou pela metade, não sendo cumpridos os objetivos quanto às cotas de profundidade, quer na barra quer nos cais de acostagem, o que leva a que a barra de Vila Praia de Âncora esteja encerrada durante muitos dias do ano. Muitos destes dias apresentam condições climatéricas adequadas para a pesca, mas os pescadores não conseguem sair para o mar, ficando impedidos de trabalhar e de ter acesso às capturas de pescado a que têm direito, com todas as consequências negativas para um setor que emprega perto de 400 trabalhadores. 

Neste sentido, o candidato do Bloco de Esquerda, Luís Louro acha inacreditável como os sucessivos governos ainda não avançaram com uma intervenção de raiz no porto e que o desassoreamento não seja contínuo ou eficaz para permitir que os pescadores possam sair em segurança para o mar. 

Por último, não se compreende, por isso, a concessão sistemática dos serviços de dragagens a privados que lucram milhões de euros com a necessidade frequente de dragagens no país que poderão não ter as mesmas preocupações ambientais que o Estado deve ter. O Bloco de Esquerda entende que a resposta para esta problema é óbvia: é necessária a criação de uma empresa pública de dragagens e compensar os pescadores de Vila Praia de Âncora pelos danos que a situação do porto lhes provoca.