Incumprimento das normas da DGS na Clínica Nefroserve - Bloco questiona Governo

O Bloco de Esquerda teve conhecimento, através da comunicação social, de uma situação preocupante existente na clínica de hemodiálise Nefroserve. A clínica em questão é alugada pela Unidade Local de Saúde do Alto Minho e, segundo as informações conhecidas, foi alvo de queixas de 72 doentes que relatam uma situação perigosa e que potencia o risco de contágio neste contexto de pandemia. 

Os motivos das queixas dos doentes dizem respeito ao incumprimento das normas da Direção-Geral da Saúde sobre o distanciamento social no contexto da pandemia de Covid-19. Embora seja obrigatório o uso de máscara, é evidente, pelas imagens que foram tornadas públicas, que o distanciamento não é cumprido e que existem doentes a efetuar tratamentos com menos de 1 metro de distância entre si. Nas imagens é ainda possível ver que alguns doentes são colocados em camas que se encontram juntas. Estas práticas, para além do medo que causam aos doentes, e que é relatado pelos próprios, são um fator que de risco de transmissão de Sars-Cov-2, não só nos doentes hemodialisados, como também nos profissionais de saúde que operam na unidade. 

Existem informações que dão conta de várias clínicas que fazem os tratamentos colocando os doentes com uma cadeira de intervalo ou com tendas de campanha para evitar aglomerar doentes no mesmo local de tratamentos. Importante lembrar ainda de que a portaria que regula a diálise, datada de 2013, especifica que cada posto de diálise deve ser um retângulo de 1,80m x 2,50m. 

Esta distância, segundo as imagens, não está a ser cumprida. A reportagem dá conta ainda de uma nova unidade que está pronta há quase 3 anos, mas ainda não está em funcionamento. Segundo as informações, a clínica diz que o processo está a seguir os trâmites legais na Entidade Reguladora da Saúde. Esta é uma situação grave e que requer uma solução urgente.

 A hemodiálise é uma área que acarreta riscos para os doentes e as más práticas das clínicas não podem ser uma rotina, muito menos em contexto de uma pandemia. O Bloco já veio, por várias vezes, alertar para a existência de más práticas por parte de algumas clínicas na área da hemodiálise e reitera a necessidade de existir mais resposta pública nesta área de forma a garantir uma maior resposta aos doentes e mais segurança no exercício desta terapia.

O Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda questionou o Governo através do deputado Moisés Ferreira, de que forma prevê a tutela intervir junto da Clínica para garantir o cumprimento das normas de distanciamento impostas pela Direção-Geral da Saúde. 

O Bloco de Esquerda quer saber quando abrirá a nova unidade de  diálise e se esta será gerida diretamente pela ULSAM. 

Por último, se tem a tutela conhecimento de mais casos de incumprimento das normas de distanciamento em outras clínicas de hemodiálise no país.