Bloco preocupado com o Rio Lima

A deputada do Bloco de Esquerda, para se inteirar da qualidade da água do rio Lima e seus afluentes, nomeadamente o Labruja. A reunião versou também a recente privatização da água, em contraciclo com o que tem vindo a ser a proposta de reversão das privatizações que se faz sentir necessária no país.

A água é um recurso fundamental para a vida humana e uma componente essencial dos ecossistemas naturais. A sua dinâmica de circulação impõe regras de utilização e medidas específicas de salvaguarda e as lógicas utilitaristas do passado não podem mais presidir ao uso dos recursos como anteriormente.

O aumento do consumo de água a nível agrícola e industrial e o exponencial aumento de poluição determina a degradação do estado da água dos rios, lagos, estuários, aquíferos e águas costeiras. Degradação esta associada à redução dos caudais pelo efeito das alterações climáticas e da artificialização dos cursos de água, associada à descarga de esgotos domésticos e industriais e de águas de rega, com fortes cargas poluentes.

Todos estes problemas se sentem particularmente no Rio Lima. E embora se saiba já que é mais barato e simples prevenir do que remediar, o que se tem feito sai caro ao erário público, com ETAR’s que funcionam mal, descargas ilegais e com um alegado colapso da indústria da pedra e intervenções desastrosas na vida corrente do rio Lima, que dificultam a pesca e o artificializam desnecessariamente.

O Bloco de Esquerda está preocupado com a qualidade da água do Rio Lima e seus afluentes, devido às sucessivas descargas no rio Labruja e o mau funcionamento de algumas estações de tratamento. Está também preocupado com as construções em leito de cheia, nomeadamente a ciclovia e o estacionamento na zona do areal. Tem de existir um avanço no sentido da regressão da ocupação humana dos leitos dos rios, e o Lima é um exemplo dessa necessidade.

Preocupa-nos igualmente o aparecimento de lontras (espécie com proteção legal) e alguns peixes mortos no rio Lima junto à Ecovia em Além Ponte. Questionamos o Ministério do Ambiente e Ação Climática sobre o sucedido e fizemos o requerimento do resultado da análise toxicológica.

Lamentamos, que a autarquia não dê a importância devida ao rio e às suas margens, transformando-as em parque de estacionamento e construindo uma ecopista que não passa de uma "aquapista". O Bloco defende que tem de haver um plano de proteção do rio Lima e seus afluentes, identificando todos os focos de poluição, responsabilizando os infratores, proteger todos a fauna e flora e devolver as margens do rio ao lazer. Condenamos igualmente a privatização da água, que trará aumentos para os munícipes de ponte de lima e da região e, como temos vindo a perceber pela experiência em outros locais, pior qualidade de serviço.